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Marina Silva participa de atividades da Rede Sustentabilidade em Florianópolis

Marina Silva participa de atividades da Rede Sustentabilidade em Florianópolis

Brasília, 30 de abril – A ex-senadora Marina Silva participa, nesta sexta-feira, dia 3 de maio, em Florianópolis, de uma série de atividades em apoio à criação da Rede Sustentabilidade, organização que está em processo de coletas de assinaturas para que se torne um partido político.

Pela manhã, integrantes da #Rede de Santa Catarina, mobilizadores e apoiadores realizam uma mutirão de coletas de assinaturas no centro da cidade.

Na parte da tarde, Marina Silva se une ao grupo, a partir das 15h, para uma caminhada pelo centro. Logo depois, ela conversará com jornalistas na Associação Catarinense de imprensa. À noite, ela faz palestra aberta ao público na Universidade Federal de Santa Catarina, com o tema ‘Democracia e Sustentabilidade’.

A #Rede é fruto de um movimento de caráter nacional que propõe novas formas de fazer política, alicerçadas na defesa da ética na política e da sustentabilidade

Já existem vários grupos de apoio mobilizados pela criação do partido em todo o estado de Santa Catarina. Eles esperam recolher mais de 30 mil assinaturas.

Uma das porta-vozes da Rede em Santa Catarina, Miriam Prochnow, integrante da Coordenação Nacional Provisória e da Executiva Nacional, acredita que a mobilização vai crescer com a vinda de Marina Silva à capital do estado: “será uma grande oportunidade, não só para se intensificar a mobilização da coleta de assinaturas de apoio à Rede Sustentabilidade, mas também para instigar o debate em torno do objetivo de implantar no país uma nova política e colocar no centro do debate os temas do século 21, como as mudanças climáticas e a questão energética. Todos estão convidados”,  afirma Miriam.

Programação

9h – Coletas de assinaturas com os volunários da Rede SC no Centro de Florianópolis

Local: Mercado Público, calçadão da Felipe Schmitt e Praça XV

15h – Caminhada com Marina Silva pelo Centro de Florianópolis

Local: Mercado Público, calçadão da Felipe Schmitt e Praça XV

16h30 – Coletiva de imprensa na Associação Catarinense de Imprensa, Local: Rua Victor Meirelles, n. 55, 1 andar, Centro

19h – Palestra Democracia e Sustentabilidade no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – Campus Trindade

Porta-vozes da Rede SC 

Mauro Beal, integrante da Coordenação Nacional Provisória da #rede: maurobeal@zipmail.com.br  – (48) 9981-4926

Miriam Prochnow, integrante da Coordenação Nacional Provisória e da Executiva Nacional Provisória da #rede

miriamscverde@gmail.com – (47) 8840-7072

A #rede na internet

Site – www.brasilemrede.com.br

Site de mobilização – www.movimentobrasilemrede.com.br
Instagram – http://instagram.com/brasilemrede
Twitter – www.twitter.com/maisumnarede
Facebook – www.facebook.com/brasilemrede
Flickr – www.flickr.com/brasilemrede
Youtube – www.youtube.com/brasilemrede

A #rede SC na internet 

Facebook – https://www.facebook.com/SCemRede

Facebook da Juventude – https://www.facebook.com/groups/redejuventudesc/

Twitter – https://twitter.com/rede_sc

Assessoria de Imprensa da Rede Sustentabilidade

imprensa@brasilemrede.com.br

Santa Catarina já coletou 4,2 mil assinaturas para a Rede Sustentabilidade

Santa Catarina já coletou 4,2 mil assinaturas para a Rede Sustentabilidade

Embalados com a campanha Eu Sou +30, que desafiou os mobilizadores da Rede Sustentabilidade em todo o País a arrecadarem pelo menos 30 assinaturas durante o último fim de semana, a #rede já conta com 128.334 fichas de apoio para a criação do partido. Em Santa Catarina, contanto com as fichas que estão nas mãos da organização e dos apoiadores, o número chega a 4,2 mil.

Para a criação do novo partido são necessárias 500 mil fichas de apoio. A meta de Santa Catarina é alcançar 30 mil.

Para atingir a meta, o Estado começa com campanhas diárias. A partir desta quarta-feira (10/04), as assinaturas serão coletadas no Centro de Florianópolis. Outros eventos estão sendo programados, além do empenho diário dos colaboradores.

A #rede nasce num movimento que reúne pessoas que buscam uma nova forma de fazer política, baseada na sustentabilidade. Entre suas inovações, defende, por exemplo, uma forma de democracia mais direta e participativa, com consultas por meio de plebiscito ou referendo.

A #rede conta, entre seus líderes, com a ex-senadora Marina Silva, que conseguiu 20 milhões de votos em 2010, quando disputou a presidência da república pelo Partido Verde (PV).

Para Miriam Prochnow, porta-voz da #rede no Estado e integrante da Executiva Nacional, ainda há um longo caminho pela frente, mas o processo de criação do novo partido está trazendo novos ares à Santa Catarina, com a participação entusiasmada de pessoas de todas as regiões do Estado: “Todos os dias novos grupos municipais estão se formando, ajudando na coleta de assinaturas e, ao mesmo tempo, organizando discussões sobre os desafios locais de como tornar a sustentabilidade algo concreto em suas cidades”, afirmou Miriam.

Dúvidas e outras informações

Qual é o nome do partido?

Rede Sustentabilidade

Qual o apelido?

#rede (em caixa baixa)

Quem pode apoiar?

Quem quiser, desde que tenha título eleitoral.

Como fazer?

Basta assinar uma ficha de apoio. Ela pode ser encontrada em www.brasilemrede.com.br (basta baixar a ficha e enviar para o endereço CAIXA POSTAL 1551 – CEP 88010-970 – Florianópolis-SC) ou com os multiplicadores, pessoas que estão coletando assinaturas em diversos pontos.

Se eu apoiar estarei filiado?

Não, é apenas o apoio. Mesmo porque o partido ainda não está formado.

Os porta-vozes da #rede SC

Miriam Prochnow – Integrante da Comissão Nacional Provisória e da Executiva Nacional Provisória da #rede

miriamscverde@gmail.com (47) 8840-7072

Mauro Beal – Integrante da Comissão Nacional Provisória da #rede

maurobeal@zipmail.com.br (48) 9981-4926

E-mail para contato com a Comissão Estadual:

comissaoredesc@gmail.com

A #rede SC nas Redes Sociais

Página da #rede Santa Catarina (facebook)

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Grupo da #rede Juventude Santa Catarina (facebook)

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Caixinha de Recados da #rede Santa Catarina (ideias, sugestões, críticas, reclamações)

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A Rede sustentabilidade já recebeu 128.334 assinaturas

A Rede sustentabilidade já recebeu 128.334 assinaturas

A campanha Eu Sou +30, que desafiou os mobilizadores da Rede Sustentabilidade em todo o País a arrecadarem pelo menos 30 assinaturas durante o último fim de semana, levou a rede a atingir as 128.334 fichas de apoio para a criação do partido. Agora, essas fichas serão encaminhadas aos cartórios eleitorais para que sejam validadas.

Vale lembrar, que esse é o número total de fichas que já chegaram à Rede. Há assinaturas que foram coletadas no fim de semana que ainda não foram contabilizadas. Além disso, o trabalho de coleta continua sendo realizado diariamente por mobilizadores espalhados por todo o Brasil. “É neles, principalmente, que está a força da Rede neste momento.  São pessoas que, voluntariamente, coletam assinaturas entre amigos, familiares e nas ruas de sua cidade por acreditarem nas propostas da Rede”, afirma Marcela Moraes, coordenadora de organização da Rede Sustentabilidade.

Segundo ela, a campanha Eu Sou +30 fui fundamental para o crescimento na arrecadação de assinaturas para a formalização do partido. “O número de fichas cresceu 20%”, conta Marcela.

As campanhas de mobilização continuarão a ser lançadas e o objetivo da Rede para o mês de abril é chegar em 300 mil fichas de apoio – uma meta parcial, dentro da meta geral de 550 mil assinaturas validadas pelos cartórios eleitorais, necessárias para a criação do partido.

“A campanha com metas tangíveis e de curto prazo se mostra mais eficiente. Achei interessante e surtiu resultado. A receptividade do público na rua é incrível, não tem melhor, gosto muito mesmo desta coleta. As pessoas se sentem representadas pela causa, pelo movimento”, conta Rafael Boff, que, junto com outros mobilizadores coletou assinaturas em Palmas, no Tocantins.

Nota da Rede sobre o leilão de cargos no Congresso

Nota da Rede sobre o leilão de cargos no Congresso

A entrega da presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados a Marco Feliciano (PSC-SP) e da maioria de seus postos a parlamentares que sabidamente combatem a luta de vários movimentos sociais pelo reconhecimento e universalização de direitos ocorreu por consequência direta da atuação da base de sustentação do governo para eleger os presidentes da Câmara e do Senado, Henrique Eduardo Alves e Renan Calheiros. A mesma “partilha do poder” entregou a Blairo Maggi, notoriamente contrario as causas socioambientais, a presidência da Comissão de Meio Ambiente do Senado.

O desprezo da dimensão pública e programática que deve orientar os critérios para designação de ocupantes de cargos nos mais altos escalões da República é apenas sintoma da grave crise de representação que atinge as instituições, especialmente, mas não apenas, o Congresso Nacional e a maioria dos partidos políticos.

A governabilidade e o exercício do poder que sacrificam os princípios civilizatórios-democráticos desconsideram a diversidade social e seus valores culturais, abdicam da busca histórica pela a igualdade de direitos e pela fraternidade nas relações humanas. Reduzidos ao império do pragmatismo, sem compromisso com o bem comum e com o interesse público, buscam perpetuar o poder pelo poder através do toma lá dá cá.

O governo prossegue indiferente a tamanho descalabro patrocinado por sua base de sustentação, impotente diante de impasses econômicos, ambientais e sociais que afligem o país e cúmplice passivo da ação de seus aliados que tentam criar um ambiente político favorável a proposições de cunho fascistizante.

A #rede continuará poiando e incentivando as mobilizações e as petições públicas que pedem a renúncia de Marco Feliciano, Blairo Maggi, dos presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves, e do Senado, Renan Calheiros, dos cargos que hoje ocupam.

A #rede entende que o deputado Feliciano e o senador Maggi não têm condições políticas de permanecer na presidência das citadas comissões e defende que os líderes partidários retirem as indicações dos parlamentares que compõem as mesmas. Quem pode e deve, de modo imperativo, desfazer a crise que provocou é a maioria parlamentar governista que controla a Câmara e o Senado.

Não questionamos religião nem atividade profissional. Existem lideres religiosos com histórico de defesa dos direitos humanos e das minorias, existem empresários dedicados a conservação do meio ambiente. Infelizmente, essas qualificações não foram consideradas.

Está evidente que o atual sistema eleitoral necessita de uma verdadeira refundação. Estimular o desenvolvimento desta consciência nacional e a retomada da energia e da paixão transformadoras são algumas das vocações constitutivas da #rede. A Democracia pela qual sempre lutamos, será feita por homens, mulheres, gays, brancos, negros, vermelhos, amarelos, mudos…. por todos!

Participe do Seminário: o Desafio da Sustentabilidade

Participe do Seminário: o Desafio da Sustentabilidade

O Seminário Desafio da Sustentabilidade tem como objetivo promover o debate sobre diferentes aspectos da dinâmica social contemporânea que refletem diretamente no agravamento da crise global associada a insustentabilidade do atual modelo de desenvolvimento predominante, e avaliar alternativas para superar essa crise civilizatória avançando na perspectiva de construção de um modelo capaz de melhorar as relações sociais e sustentado numa lógica de utilização de matéria e energia compatível com os limites planetários.

Local: Auditório do Colégio de Aplicação da UFSC, Campus Trindade, Florianópolis, SC.
Data: 21 de março de 2013 (quinta-feira)
Horário: 18:00h

Mediador: João de Deus Medeiros (Departamento de Botânica – UFSC)
Convidados:
Tema 1: Economia global e sustentabilidade
Armando de Melo Lisboa (Chefe do Departamento de Economia e Relações Internacionais – UFSC) ;
Tema 2: A contribuição do movimento ambientalista para a busca da sustentabilidade
Gert Schinke (Federação de Entidades Ecologistas Catarinenses – FEEC);
Tema 3: A influencia dos partidos políticos e a administração pública: superação ou consolidação da crise?
Leonardo Secchi (Professor do Curso de Administração Pública da ESAG)
Tema 4: O papel da juventude na construção do novo rumo.
Lucas Cardoso da Silva e Marina Dambros
Tema 5: A proposta de construção da Rede Sustentabilidade no Brasil.
Miriam Prochnow (Coordenação Nacional da Rede Sustentabilidade).

Metodologia: Cada expositor terá até 20 minutos para fazer sua exposição, e ao final do bloco de exposições dos convidados será aberto espaço para questionamentos do público presente.

Rede ganha forma em Santa Catarina

Rede ganha forma em Santa Catarina

Foram realizados encontros da Rede Sustentabilidade durante o fim de semana para planejar atividades de coleta de assinaturas. A meta do estado é conseguir 30 mil.

A Rede Sustentabilidade (#rede) começa a tomar forma em Santa Catarina. Durante o fim de semana foram realizados encontros para discutir como o estado alcançará seu objetivo: coletar pelo menos 30 mil assinaturas de apoio ao novo partido. Um dos primeiros eventos será um mutirão de coleta de assinaturas, no Centro de Florianópolis, no próximo sábado, dia 09 de março de 2013.

A sugestão para o evento partiu da ala jovem, que se reuniu no sábado. Já no domingo, foi a vez da Comissão Estadual se encontrar para planejar ações.

O foco neste momento está no sentido de organizar a coleta e a validação das assinaturas. No país inteiro estão sedo feitos esforços semelhantes, já que são necessárias 500 mil assinaturas para criar um novo partido.

A #rede nasce num movimento que reúne pessoas as quais buscam uma nova forma de fazer política, baseada na sustentabilidade. Entre suas inovações, a #rede defende, por exemplo, uma forma de democracia mais direta e participativa, com consultas por meio de plebiscito ou referendo.

A #rede conta, entre seus líderes, com a ex-senadora Marina Silva, que conseguiu 20 milhões de votos em 2010, quando disputou a presidência da república pelo Partido Verde (PV).

Uma das ações de Santa Catarina, inclusive, será convidar a ex-senadora para vir ao estado participar de um seminário sobre novas formas de fazer política e sustentabilidade. Ainda não há uma data para o evento.

Santa Catarina, seguindo o exemplo da organização nacional, escolheu dois porta-vozes, que comunicam as novidades e discussões ocorridas na #rede: são a ambientalista Miriam Prochnow, de Atalanta, e o advogado Mauro Beal, de Florianópolis. Ambos participam da organização da #rede na instância nacional.

Dúvidas e outras informações

Qual é o nome do partido?

Rede Sustentabilidade

Qual o apelido?

#rede (em caixa baixa)

Quem pode apoiar?

Quem quiser, desde que tenha título eleitoral.

Como fazer?

Basta assinar uma ficha de apoio. Ela pode ser encontrada em www.brasilemrede.com.br (basta baixar a ficha e enviar para o endereço CAIXA POSTAL 1551 – CEP 88010-970 – Florianópolis-SC) ou com os multiplicadores, pessoas que estão coletando assinaturas em diversos pontos.

Se eu apoiar estarei filiado?

Não, é apenas o apoio. Mesmo porque o partido ainda não está formado.

Os porta-vozes da #rede SC

Miriam Prochnow – Integrante da Comissão Nacional Provisória e da Executiva Nacional Provisória da #rede

miriamscverde@gmail.com (47) 8840-7072

Mauro Beal – Integrante da Comissão Nacional Provisória da #rede

maurobeal@zipmail.com.br (48) 9981-4926

E-mail para contato com a Comissão Estadual:

comissaoredesc@gmail.com

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Rede Sustentabilidade começa a se tornar uma realidade

Rede Sustentabilidade começa a se tornar uma realidade

Após o Encontro Nacional da #Rede no dia 16/2/2013, reunindo mais de 1.500 pessoas em Brasília, na manhã desta quarta-feira (27) foi o dia da Comissão Nacional Provisória registrar o Estatuto e o Programa Partidário no 1º Cartório de Registro de Pessoa Jurídica de Brasília, onde a Comissão Executiva Nacional Provisória (veja rodapé) apresentou ainda a Ata da Assembléia de fundação, o nome das pessoas que a integram e o endereço do Diretório Nacional Provisório. Com o registro a #rede oficializou a intenção de criar um partido político. (Foto: Leo Cabral).

A obtenção do registro de pessoa jurídica consiste na primeira etapa para posterior registro no Tribunal Superior Eleitoral como partido político. O próximo passo é conseguir as 500 mil assinaturas exigidas por lei, uma tarefa na qual estão engajados integrantes da #rede em todo o país.

Estavam presentes os integrantes da Executiva Nacional Provisória, entre eles as ex-senadoras Marina Silva, Heloísa Helena e os deputados federais Alfredo Sirkis (PV-RJ), Walter Feldman (PSDB-SP) e Domingos Dutra (PT-MA).

A #Rede nasceu para defender a sustentabilidade e transformar o sistema político brasileiro. Seu estatuto favorece a transparência, a diversidade de pensamento e os processos democráticos internos.

Para cumprir as determinações legais e obter o registro da Justiça Eleitoral, a #Rede promoverá uma campanha para obter 500 mil assinaturas de eleitores por todo o Brasil. A Internet terá um papel importante no esforço para atingir esse objetivo. Pelo site www.brasilemrede.com.br, os internautas podem baixar fichas para coleta de assinaturas. O objetivo é incentivar simpatizantes a manifestar seu apoio e conseguir a adesão de parentes, amigos e colegas de escola e de trabalho, além de estimular ações em espaços públicos.

Inovações que distinguem a #Rede de todos os outros partidos hoje existentes.

Prazo de validade – No prazo de dez anos após o registro na Justiça Eleitoral, será realizada uma consulta a todos os filiados e integrantes da #Rede a respeito da continuidade da existência do partido.

Mais democracia – A consulta direta, por meio de plebiscito ou referendo, será o instrumento principal de governança da #Rede.

Controle externo – A #Rede estará sempre ao lado dos núcleos vivos da sociedade. Para isso, receberá críticas e sugestões do Conselho Político Cidadão Nacional, que será composto por militantes de movimentos sociais, representantes de povos indígenas, cientistas e integrantes de instituições de pesquisa.

Renovação – Os parlamentares da #Rede poderão ser reeleitos apenas uma vez para o mesmo cargo. Por meio de plebiscito interno poderão ser abertas exceções a essa regra.

Movimentos sociais – Até 30% do total de vagas nas eleições proporcionais serão oferecidas para candidaturas independentes de cidadãos não filiados à #Rede, que representam movimentos e causas relevantes para a sociedade.

Muitos doando pouco – O mandato não é do doador, mas do povo. Será estabelecido um teto para doações de pessoas físicas e jurídicas. Não serão aceitas doações de fabricantes de bebidas alcoólicas, armas, cigarro e agrotóxicos.

Transparência – Todos os gastos e todas as doações serão divulgados na internet em tempo real, para o acompanhamento do eleitor.

Ouvidoria cidadã – Serão criadas ouvidorias para manter a #Rede sintonizada com as aspirações dos filiados e dos setores sociais que pretende representar. Sempre que necessário, as ouvidorias farão audiências públicas sobre o projeto político da #Rede.

Cláusulas Pétreas – Os princípios da pluralidade política, da justiça social, do respeito ao meio ambiente, da defesa das minorias, da função social da terra, da função social da propriedade, da solidariedade, de um partido laico fundado na plena liberdade religiosa e da transparência na gestão pública estão entre as cláusulas pétreas do estatuto, que só podem ser alteradas por quórum qualificado de 2/3 dos filiados.

Cotas – Regimento interno disciplinará a exigência de cotas para negros, ciganos e índios.

Meta de assinaturas em Santa Catarina = 30.000 em três meses

Para alcançar a meta de coleta das 30.000 assinaturas de apoio a criação da #Rede já estão acontecendo reuniões de mobilização de simpatizantes em várias regiões de Santa Catarina.  Estas reuniões são organizadas voluntariamente, por núcleos locais, e também pelos fundadores e coordenadores do Coletivo Estadual da #Rede. No próximo final de semana acontecerão encontros no sábado e no domingo, para planejar os próximos passos da organização para a coleta de assinaturas no estado.

Em Santa Catarina também já foram criadas e implantadas algumas ferramentas de comunicação para auxiliar na mobilização de apoio, especialmente através das redes sociais:

Página da #Rede Santa Catarina (facebook) http://abre.ai/redesc-pagina

Grupo da #Rede Juventude Santa Catarina (facebook) http://abre.ai/redesc-juventude-grupoface

Caixinha de Recados da #Rede Santa Catarina (ideias, sugestões, críticas, reclamações) http://abre.ai/redesc-recados

Cadastro no Banco de Contatos #Rede SC http://abre.ai/redesc-cadastro

Endereço para enviar ficha com assinatura de apoio em SC

Comissão Estadual de Coleta de Assinaturas – SC

CAIXA POSTAL 1551 – CEP 88010-970 – Florianópolis-SC

Os fundadores e apoiadores também utilizam suas próprias páginas no Faceboock, Twitter e em outras redes sociais para divulgar a campanha de coleta de assinaturas. A #Rede SC também está programando um seminário estadual para o mês de março (data e local a ser marcado), que terá como objetivo apresentar a #Rede e debater os temas da sustentabilidade em Santa Catarina. Nesse seminário espera-se contar com a presença de Marina Silva e outras lideranças nacionais e estaduais.

Comissão Estadual da Coleta de Assinaturas #Rede – SC

A Comissão Estadual criada para coordenar a coleta de assinaturas de apoio a criação da #Rede é formada preliminarmente pelas seguintes pessoas: Mauro Beal, Miriam Prochnow, Emerson Pessoa, Fabíola Piovezan, João de Deus Medeiros, Lucas Cardoso da Silva, Marcelo Possamai, João Martins e José Paulo Teixeira.

Além disso estão sendo criados pontos ou núcleos de contato nas diferentes regiões e municípios. Até agora existem pessoas de contato em aproximadamente 100 municípios. No decorrer do mês de março a meta é estabelecer contatos na grande maioria dos municípios catarinenses.

Mais informações sobre a #Rede em Santa Catarina podem ser obtidas com:

  • Miriam Prochnow – Integrante da Comissão Nacional Provisória e da Executiva Nacional Provisória da #Rede | miriamscverde@gmail.com (47) 8827-3666 ou (61) 8116-8564
  • Mauro Beal – Integrante da Comissão Nacional Provisória da #Rede | maurobeal@zipmail.com.br (48) 9981-4926

Executiva Nacional Provisória:

  • Coordenadores Gerais (Porta Vozes): Cássio Martinho (MG) e Marina Silva (AC).
  • Coordenadores Executivos: Bazileu Margarido (SP) e Pedro Piccolo (DF).
  • Coordenadores de Finanças: André Lima (DF) e José Fernando Aparecido (MG).
  • Coordenadores de Organização: Marcela Moraes (SP) e Pedro Ivo Batista (DF).
  • Vogais: Alfredo Sirkis (RJ), Domingos Dutra (MA), Gisela Moreau (SP), Heloísa Helena (AL), Jefferson Moura (RJ), Martiniano Cavalcante (GO), Miriam Prochnow (SC) e Walter Feldman (SP).
Manifesto Político da Rede Sustentabilidade

Manifesto Político da Rede Sustentabilidade

No dia 16 de fevereiro de 2013 nasceu uma nova forma de se fazer política no Brasil. Nasceu a Rede Sustentabilidade. Conheça o Manifesto Político da #Rede e seja +1 na Rede você também.

Somos um país soberano e independente, mas com pouca capacidade de interferir nos fóruns e mercados globais. Um país rico, livre e plural, mas com graves indicadores de violência, desigualdade e pobreza. Somos a sétima economia do mundo, mas não conseguimos dar educação de qualidade e garantir bom atendimento de saúde para todos.

Estamos sempre atrás de respostas e não vemos o que temos de melhor para encontrá-las: a diversidade étnico-cultural de nosso povo, o domínio sobre parte considerável da biodiversidade e da água doce do planeta, um território de extensão continental com uma rica variedade de biomas cujo papel é fundamental no equilíbrio climático e no desenvolvimento científico, tecnológico e econômico de nosso país e do mundo.

Temos avançado com perseverança na construção da democracia brasileira. Superamos uma ditadura militar de mais de duas décadas, aprovamos o impeachment do primeiro Presidente eleito sob a redemocratização, debelamos um processo inflacionário arrasador que parecia não ter fim e iniciamos importante trajetória de redução das desigualdades sociais que ainda marcam nossa sociedade.

Prevalece, contudo, a mesma concepção de crescimento. Continuamos insistindo num modelo econômico que não consegue transformar em estratégia de desenvolvimento nossa privilegiada condição de detentor de um patrimônio ambiental único.

É significativo que as instituições políticas e os sucessivos governos, nas últimas décadas, não tenham absorvido e dado relevo ao papel crucial da sustentabilidade ambiental dentro do processo de desenvolvimento. A exploração dos recursos naturais segue sendo predatória, com baixa agregação de valor e uso intensivo de agrotóxicos. Esta é uma realidade que não diz apenas de questões ambientais. Ela aponta para um equívoco de visão cujas dimensões precisam ser melhor compreendidas.

Uma das peças-chave para uma correção de rumos está no sistema político e sua estreita relação com o modelo de desenvolvimento. Basta, para isso, ver quais são os principais doadores de campanha e as leis feitas pelos eleitos, que com frequência fortalecem os valores que se contrapõem ao desenvolvimento sustentável, à ética, à justiça, ao aprofundamento da democracia e aos princípios civilizatórios básicos.

São graves os problemas relacionados ao desgaste e ao descrédito da política, dos políticos e do sistema de representação, sobretudo porque afastam grande parcela da sociedade das decisões públicas, quando não a leva ao alheamento e total indiferença às decisões políticas. Permanecem hegemônicas as velhas práticas políticas que vêm do colonialismo, do populismo, do racismo, do totalitarismo e outras formas de dominação e corrupção que ainda configuram uma cultura arraigada e difícil de mudar. O processo de construção da nossa república ainda está incompleto.

Mesmo sendo da natureza dos partidos políticos o confronto de posições e projetos e a disputa legítima pelo poder de Estado para realizá-los, o objetivo de permanecer no poder a qualquer custo os esvazia de suas premissas fundantes que são corresponder aos clamores e urgências da população e expressar as demandas da sociedade, de forma democrática, competente, ética e justa.

Nosso sistema político-partidário, a pretexto de gerar condições de governabilidade, enredou-se numa lógica própria fisiológica de formação de base de apoio parlamentar, solapando cada vez mais as possibilidades de emergirem diferentes e verdadeiros projetos de desenvolvimento que se ofereçam como alternativas à escolha dos cidadãos e cidadãs. A maioria dos programas são feitos sob medida para os períodos eleitorais, sem compromisso real de implementação, tangidos pelo carisma de nomes e pelo imediatismo das palavras de ordem escolhidas por esquemas cada vez mais caros e sofisticados de marketing.

Passada a eleição, o poder fecha-se para a sociedade, empurrando-a para o passivo lugar de mera expectadora do processo político. Ao mesmo tempo, começa a preparar a composição de forças para as próximas eleições, com base na distribuição de cargos e vantagens, como se ainda estivéssemos nas capitanias hereditárias. A teórica separação dos poderes dá lugar à exacerbada predominância do Executivo e da União, num regime com ranços imperiais, assentado sobre uma noção de governabilidade que se traduz na repartição dos pequenos, médios e grandes poderes, prerrogativas e orçamentos de Estado, tornando inviáveis políticas públicas com organicidade, planejamento, integração e visão de longo prazo.

Essa prática, que se vende como inexorável, interage com o poder econômico, consolidando a cultura viciosa de tolerância do uso privado dos bens públicos e levando a insuportáveis distorções na aplicação dos recursos financeiros, tecnológicos, naturais e humanos do Brasil. O interesse público fica refém do poder econômico, do calendário político e das conveniências e acordos de bastidores. Chegamos a um ponto perigoso de relativização ética e de aceitação, como naturais, de práticas lesivas à sociedade.

 

A Nova Política – reinvenção e urgência

Viemos à público apresentar uma proposta de ação que é também uma escolha: contribuir com o impulso grandioso de mudanças políticas, culturais, sociais, éticas e humanas que está em ebulição na sociedade brasileira.

Acreditamos que as redes, como forma de agregação e organização, são uma invenção do presente que faz a ponte para um futuro melhor. A concepção de rede baseia-se numa operação democrática e igualitária, que procura convergências na diversidade. É um instrumento contra o poder das hierarquias que capturam as instituições democráticas e, ironicamente, fazem delas seu instrumento de dominação. Pois é em rede com a sociedade que queremos construir uma nova força política, com alianças alicerçadas por uma Ética da Urgência, tendo como horizonte a construção de um novo modelo de desenvolvimento: sustentável, inclusivo, igualitário e diverso.

Felizmente, conforme se constata na eclosão de movimentos de protesto mundo a fora e Brasil a dentro, um número cada vez maior de pessoas vai à luta, de múltiplas maneiras, para aumentar sua participação direta nas decisões públicas e mudar o caráter e alcance da ação política para sintonizá-la com as demandas nacionais e com os desafios das crises globais que clamam por respostas urgentes.

Somos parte desse amplo movimento que almeja por mudanças e, com essa motivação, nos organizamos na forma de um partido novo que tem, como seu maior desafio, ser um espaço de inovação no sistema político brasileiro, de mobilização para alimentar uma nova cultura política que ajude a superar as formas estagnadas de realização do fazer político, onde hoje prevalece a destruição ou assimilação em lugar da troca. Não queremos ser mais um participante do assalto ao Estado, mas um abrigo para forças de dentro e de fora do sistema partidário, na luta para colocá-lo e à política a serviço do bem comum.

O que virá dependerá do que formos capazes de criar e produzir, de inventar e distribuir, a partir deste encontro de sonhos e épocas, de gerações e destinos. Não temos respostas prontas, mas temos certeza de que este é o caminho que queremos percorrer para construir respostas às indagações do presente e do futuro.

O Brasil precisa começar a pensar-se como um dos líderes do futuro, num mundo onde sobra irresponsabilidade e falta coragem para enfrentar tanto a crise provocada pela desastrosa ideologia vigente de governança global da economia, quanto aquela expressa pela gravidade dos fenômenos climáticos extremos, do consumo excessivo e desigual da água, solos e biodiversidade, que coloca em risco a nossa própria existência no planeta.

Não é mais a hora de procurar um protagonismo equivocado, que almeja ascender ao modelo “primeiro mundo”, mas, sim, de nos envolvermos com determinação, competência e garra na construção de um mundo diferente e melhor, fundado em valores como a fraternidade e generosidade ética, em formas de saber e atitudes de viver elaboradas individual e coletivamente. Temos o grande auxílio das novas tecnologias de informação e comunicação; precisamos usá-las intensivamente em favor de idéias e da aglutinação de uma força política transformadora, criativa, empreendedora e radicalmente democrática.

Propomos aos cidadãos e cidadãs de todos os segmentos e de todas as idades que se unam para valorizar nosso sistema político, recriando-o e sintonizando-o com um projeto de desenvolvimento no qual ecologia, economia, justiça social, ética, gestão do Estado e prática política sejam compatíveis. Almejamos o fortalecimento da sociedade civil e da cidadania ativa, verdadeira fonte de governabilidade e de direcionamento da ação do Estado.

Não faltará quem diga que tudo é apenas sonho. Para nós, sonho é apenas aquilo que ainda não está realizado, é o teto sob o qual se reunirão aqueles que querem fazer valer a sua vida, que acreditam na força coletiva, que não aceitam interdições à sua liberdade e ao seu direito de aspirar a um futuro melhor. Temos o desafio de instigar novos processos, unir as forças, a indignação e a criatividade dispersas. Apostamos na lógica colaborativa e fraterna. Não podemos mais tolerar a verticalização das decisões e ganhos, enquanto as perdas são cotidianamente horizontalizadas.

Queremos ser instrumento de sonhadores, pois não há outra maneira de ir adiante quando tudo parece difícil e até mesmo intransponível!

 

Plataforma de ação política

Política renovada significa iniciativas inovadoras, em palavras e atos, visão e experiência, que se traduzem por um redirecionamento de forças e afetos para o objetivo comum. Queremos uma organização política diferente, que abra à sociedade uma porta para se engajar na quebra do monopólio que os atuais partidos exercem sobre o Estado, demonstrando que outra forma de governabilidade e poder político é possível e viável.

Para isso, a proposta que apresentamos à sociedade brasileira, de criação de um partido político novo, tem como principais bandeiras:

1) Mudanças no modelo econômico para a construção de um projeto de desenvolvimento socialmente includente e ambientalmente sustentável que considere como estratégias prioritárias:
• valorização do nosso patrimônio ambiental, viabilizando a transição para uma economia sustentável;
• justiça e eficiência tributária e a reforma do Pacto Federativo;
• taxas de juros em patamares que induzam os investimentos produtivos;
• planejamento e implementação da logística de transporte e da
infraestrutura de forma compatível com a gestão estratégica dos recursos naturais;
• matriz energética limpa e segura;
• democratização do acesso à terra e uma política agropecuária que recupere a função estratégica do setor para a segurança alimentar, melhoria da qualidade de vida da população e preservação dos nossos biomas; e
• investimento em conhecimento e em inovação.

2) Reforma do sistema político que permita a emergência de outro modelo de governabilidade que não se baseie na troca de vantagens fisiológicas para a manutenção de feudos de poder e garanta:
• candidaturas independentes, sem a exigência de filiação partidária, para quebrar o monopólio dos partidos sobre os cargos de representação, e renovação de lideranças políticas com limitação do número de mandatos parlamentares e de cargos executivos eleitos;
• financiamento público de campanha e teto máximo de doações por pessoa jurídica e física, por categoria de candidatura, e vedação de doações por empresas do setor de bebidas alcoólicas, cigarros, agrotóxicos e armas;
• criação de novos instrumentos para o exercício da democracia direta e resignificação dos já existentes;
• ampliação dos processos de participação da sociedade nas decisões do governo, apoiando ou elaborando propostas de poder multicêntrico e aberto;
• inovação na sua estrutura interna, de modo a garantir a participação
direta dos filiados nas suas decisões políticas e no diálogo com a sociedade, começando por controle social sobre a continuidade de sua própria existência, por meio de consulta pública a filiados e grupos sociais organizados.

3) Educação pública e universal de qualidade em todos os níveis, integral inclusiva, formadora de cidadãos comprometidos com uma vida social solidária e sustentável e preparados para os desafios de uma sociedade cada vez mais demandante de informação e conhecimento, como princípio fundante de uma verdadeira República baseada na igualdade de oportunidades para todos.

4) Democratização do sistema de comunicação, garantindo-se a liberdade de expressão, transparência, livre acesso à informação e ao conhecimento e valorização das diversas formas de manifestação cultural.

5) Respeito aos direitos humanos, garantia do equilíbrio de gênero e repúdio a todas as formas de discriminação: étnica, racial, religiosa, sexual ou outras, garantindo a cada grupo espaço próprio de participação política e de respeito e atenção às suas demandas específicas.

6) Redução das desigualdades e erradicação da pobreza por meio da garantia do acesso e da oferta de oportunidades a indivíduos e famílias, para sua inclusão produtiva na sociedade.

7) Universalização e melhoria dos serviços de saúde, com ênfase na atenção básica, da qualidade de vida com condições dignas de moradia, alimentação saudável e em quantidade suficiente, prevenção de doenças, saneamento básico, redução da violência e promoção da cultura de paz como valores centrais das políticas governamentais.

8) Defesa dos Direitos animais por meio da abolição de todas as formas de crueldade contra animais e de políticas púbicas para o bem-estar de animais urbanos, selvagens e de uso comercial.

9) Reforma urbana que transforme nossas cidades em espaços saudáveis, democráticos e seguros, que garanta o direito a moradia como forma de cidadania e possibilite o redirecionamento dos investimento em mobilidade para priorizar os pedestres, as biclicletas e o transporte público.

10) Política externa baseada na cultura da paz, na promoção dos direitos humanos, da autodeterminação dos povos, do não intervencionismo bélico, de uma ampla democracia e da sustentabilidade e comprometida com a redução das desigualdades e a construção de instituições efetivas de governança global. Promoção do debate, do intercâmbio e do diálogo a nível internacional com outros movimentos e partidos que defendam as mesmas bandeiras propostas pelo Partido e se alinhem na defesa de uma economia sustentável.

Convocatória para Encontro Nacional da Rede Pró Partido

Convocatória para Encontro Nacional da Rede Pró Partido

No dia 16 de fevereiro de 2013, a partir das 8h30, em Brasília, no Unique Palace (Setor de Clubes Sul), vamos deliberar sobre a criação de um novo instrumento político da luta pela sustentabilidade e pela ampliação e aprofundamento da democracia no Brasil.

Os intensos debates que realizamos nos últimos dois anos nos levaram à conclusão de que é urgente uma grande mudança na política brasileira, hoje monopolizada por partidos e facções voltados à disputa do poder pelo poder, sem compromisso com um futuro sustentável e incapazes de enfrentar a profunda crise que se abate sobre a civilização e ameaça a continuidade da vida humana no planeta.

Nosso novo instrumento de transformação pode ser um partido político de novo tipo, radicalmente democrático, onde se possa expressar e reunir uma ampla rede de cidadãos e cidadãs, organizações, movimentos, coletivos e comunidades que mantêm a esperança de viver num Brasil sustentável em todos os aspectos: social, econômico, cultural, ambiental, ético e estético.

Para convocar e preparar este grande encontro foi formada uma Comissão Nacional Rede Pró-Partido, com seis comissões: de articulação e fundação, jurídica, financeira, de coleta de assinaturas, de documentos referenciais e de comunicação. Essas comissões, que apresentarão seus trabalhos no dia 16, estão recebendo e analisando sugestões vindas de pessoas e coletivos em todo o país.

Foi criado o site www.redepropartido.com.br para receber sugestões e cadastrar as pessoas que queiram participar do encontro do dia 16, com prazo de inscrição até o dia 13 de fevereiro.

Sintam-se convocados todos e todas que compartilham da utopia de uma nova civilização sustentável. Os que não vierem poderão assistir a transmissão do encontro ao vivo pelo site www.redepropartido.com.br.

Reunidos, seremos a força necessária à grande mudança de que o mundo necessita.

Comissão Nacional Rede Pró-Partido.
Coordenadores: André Lima, Bazileu Alves Margarido Neto, Gisela Moreau, Maria Alice Setubal, Marcela Moraes, Pedro Ivo Batista

Por uma Nova Política

Por uma Nova Política

Para aqueles que estão interessados em pensar uma nova política:

Corações batem mais forte, algo novo na política está em gestação – por André Lima.

Em 05 de janeiro de 2013 por André Lima, 41, foi candidato a deputado federal pelo Partido Verde do Distrito Federal em 2010. Desde o final da campanha eleitoral de 2010 quando participamos na condição de candidato a Deputado Federal então pelo Partido Verde refleti muito a respeito da seguinte questão: “O que vai me entusiasmar (no sentido etimológico da palavra) a reencontrar os velhos ou fazer novos amigos em busca de (re)envolve-los com a política institucional?”

Busquei respostas objetivas, até mesmo pragmáticas, e que transcendessem à subjetividade ou ao voluntarismo contidos em meus sonhos mais sublimes a respeito da nova política. Não se trata de ignorar a relevância dos sonhos, mas de buscar identificar elementos palpáveis, mensuráveis, plasmáveis na gramática política atual. Parti de um pressuposto fundante: não vamos mudar a velha-política atuando somente por fora da política institucional. Afinal, dentro do sistema atual, o castigo aos que não gostam de política (institucional) é ser governado por quem gosta!

Em outras palavras, se as mudanças, dentro dos princípios republicanos da Legalidade e do Estado Democrático de Direito, devem ser conquistadas no tabuleiro do jogo político institucional vigente, que caminhos podem nos levar a abreviar o tempo das conquistas, sem desviarmo-nos dos rumos ou perdermos o foco?

Resgatando alguns debates ocorridos desde que se iniciou o Movimento Nova Política em 2011, e propostas já conhecidas, algumas inclusive apresentadas formalmente no parlamento por políticos identificados com o movimento, identifiquei algumas poucas e boas ideias-força que me motivarão ir às ruas defender com “entusiasmo” a criação de um novo espaço politico-institucional para praticar uma nova forma de fazer Política.

Não vou neste primeiro momento detalhar cada elemento , tampouco justifica-los. São ideias-força, a maioria delas sem qualquer ineditismo e que naturalmente, expostas ao debate, clamam serem aprimoradas. Também não tratamos aqui do “como faze-lo”, do processo, um elemento fundamental pois o desafio é faze-lo com agilidade, critério, com intensidade democrática e de forma cativante e diferenciada, dentro da lógica do partido em rede.

São os seguintes elementos, sem hierarquia entre eles:
1) Financiamento misto de campanha – com proibição de doação de pessoa jurídica e tetos máximos de doação por categoria de candidato (presidente, governador, senador, deputados, prefeitos, vereador) e também para o doador pessoa física (p.exs.: R$mil ou 2% do teto absoluto);
2) Candidatura avulsa – XX% das vagas da nova agremiação para candidatos avulsos (submetidos aos critérios da proposta original do Projeto de Lei da Ficha Limpa) com comprovada dedicação ao bem comum e em sintonia com os valores e pilares da nova agremiação e um número mínimo de (apoio) assinaturas virtuais de eleitores no estado domiciliado (p.ex.: 0,1%).
3) Revogabilidade do mandato – candidato assina, antes do registro de candidatura, carta pública de compromisso com um numero mínimo de propostas previamente debatidas na agremiação política que se frontalmente contrariadas durante o mandato resultarão na devolução do mandato ao partido. Com direito a ampla defesa e processo deliberativo aberto aos filiados do estado domiciliado.
4) Limite para reeleição – Máximo de uma reeleição para qualquer cargo. A agremiação deve criar um conselho-escola política formado por ex-parlamentares ou ex-chefes do poder executivo para capacitar jovens militantes futuros novos candidatos, além de opinar e participar de decisões relevantes da vida política da agremiação e do País, cidade ou estado.
5) Separação de poderes e autonomia parlamentar – Parlamentar eleito pode aceitar convite para compor cargo no executivo se (e somente se) abrir mão do mandato definitivamente. Parlamentar não terá cota de cargos no executivo. Eventuais indicações da agremiação devem se dar por meritocracia e dar preferência a gestor público profissional de carreira do órgão.
6) Fim do voto secreto. Quaisquer que sejam as votações no parlamento ou dentro do partido todo voto será aberto, declarado e publicado.
7) Fim do voto obrigatório. Votar é um direito (jamais uma obrigação) que precisa ser valorizado como tal e a nova agremiação deve fazer e sustentar esse debate na sociedade.
8) Fortalecimento dos espaços participativos de políticas públicas. Defender sempre a ampliação e o fortalecimento dos conselhos de políticas públicas.
9) Fortalecimento do orçamento global participativo. Ampliação significativa dos valores destinados à deliberação popular, com mecanismos e processos que realmente informem, esclareçam e envolvam a sociedade local.
10) Processo decisório participativo e transparente para emendas parlamentares individuais. Emendas de vereadores, deputados ou senadores somente serão apresentadas e defendidas pela nova agremiação política atendidos critérios de interesse público e os valores e princípios da agremiação. As propostas devem ser públicas, divulgadas amplamente com antecedência e serão desenvolvidas e aprovadas em processo concorrencial, público, aberto e mediante processo deliberativo participativo. A emenda deve ser da sociedade e não do parlamentar de forma que a sociedade batalhe por ela junto ao executivo e o parlamentar não se submeta às chantagens de praxe que o executivo faz para aprovar projetos ou impedir críticas e denúncias de desvios. Chega de compra de votos com emendas.
11) Mandatos 100% transparentes – currículos e contatos de todos os assessores disponíveis na internet, publicação com antecedência da agenda “quente” do político, além obviamente da integra dos votos, discursos, atas de reuniões que o político tenha promovido ou participado. Devem ser realizados periodicamente eventos abertos ao público para debate com eleitores sobre o mandato ou temas relevantes na pauta legislativa ou do executivo, mediante metodologia que permita a maior participação possível dos eleitores. Indicadores de desempenho devem ser desenvolvidos pela agremiação para avaliação e monitoramento objetivos dos mandatos.
12) Abertura no parlamento de novos espaços para participação direta dos cidadãos em debates e deliberações além das audiências públicas, plebiscitos e referendos. Por ex. voz a cidadãos de renomado conhecimento ou comprometimento com determinadas causas em sessões deliberativas nas comissões de mérito e no plenário dos parlamentos; realização de sessões em comissão itinerantes, consultas pela internet
13) A agremiação contará com um comitê independente para operar como “ombusdman” ou uma auditoria independente dos mandatos da agremiação formado por cidadãos eleitos pelos membros da agremiação mediante processo aberto. As avaliações serão feitas com base nos critérios e indicadores aprovados democraticamente pelos filiados.
14) Nova agremiação tem duração pré-definida de cinco legislaturas. No 18º ano de existência do partido deverá ser realizado um plebiscito nacional entre os filiados e simpatizantes (que assinaram o apoiamento para a criação do partido) para decidir sobre a manutenção da agremiação por mais um novo período de quatro legislaturas e as condições para tanto, assim como sobre as principais bandeiras da agremiação.
A proposta é que se cogite a possibilidade das ideias aqui elencadas serem adotadas no estatuto da nova agremiação, já que pela Constituição Federal (art. 17 §1º) “É assegurada aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, organização e funcionamento…”. É preciso fazer na nossa “casa” política o que queremos para nossa “comunidade” política!

Não basta ser honesto, competente e bem intencionado, é preciso mais, é preciso que as regras e as estruturas desse novo espaço político sejam firmes e claras desde o início e operem como antídoto contra o seu “envelhecimento”. A política como vocação e não como profissão, a política como meio para promover o bem comum em lugar de cultivar o próprio jardim, a política como cooperação e não como conluio, vicejará se as bandeiras se tornarem regras e se forem claras desde o início.

Acredito que este seja mais um daqueles sonhos que se deve sonhar junto. É certo que o voo é alto e de longa duração, exige fôlego e planejamento, não é um voo solo ou de poucas belas aves raras, endêmicas ou em extinção e tampouco é um sonho cuja meta se encerra em 2014. É algo para contribuir com a mudança e o aprimoramento da política e da democracia brasileira. Então vamos ao debate e sobretudo à ação, pois sonho que se sonha junto só é realidade com atitude coletiva!

Balanço anual no micro: brotos no deserto

Balanço anual no micro: brotos no deserto

Reconfortante ler esse balanço de Leonardo Boff, sobre os sinais das mudanças transformadoras que precisamos cultivar de brotos em árvores frondosas. O texto nos encontrou em meio a uma atividade que costumamos fazer nos feriados de final de ano: “limpar” sementes de ingá-macaco, para fazer mudas. A limpeza da semente, nada mais é do que comer o ingá e guardar a semente para que possa ser plantada. Em meio à atividade sempre sobra tempo para brincadeiras divertidas, como a de fazer grandes sorrisos. Sorrisos que pontam os novos caminhos da transformação.

 

Texto de Leonardo Boff, publicado no dia 05 de janeiro de 2013, em seu Blog.

Desde Santo Agostinho (“em cada homem há simultaneamente um Adão e um Cristo”),  passando por  Abelardo (“sic et non”), por Hegel e Marx e chegando a Leandro Konder sabemos que a realidade é dialética. Vale dizer, ela tem contradições  porque os opostos não se anulam mas se tencionam e convivem permanentemente gerando dinamismo na história. Isso não é um defeito de construção mas a marca registrada do real. Ninguém melhor o expressou que o pobrezinho de Assis ao rezar: ”onde houver ódio que eu leve o amor, onde houver trevas que eu leve a luz, onde houver erros que eu leve a verdade…” Não se trata de negar ou anular um dos polos, mas de optar por um, o luminoso e reforçá-lo a ponto de impedir que o outro negativo não seja  tão destrutivo.

A que vem esta reflexão? Ela quer dizer que o mal nunca é tão mau que impeça a presença do bem; e que o bem nunca é tão bom que tolha a força do mal. Devemos aprender a negociar com estas contradições. Num artigo anterior tentei um balanço do macro, negativo; assim como estamos, vamos de mal a pior. Mas dialeticamente há o lado positivo que importa realçar. Um balanço do micro nos revela que estamos assistindo, esperançosos, ao brotar de flores no deserto. E isso está ocorrendo por todas as partes do planeta. Basta frequentar os Fórums Sociais Mundiais e as bases populares de muitas partes para notar que vida nova está explodindo no meio das vítimas do sistema e mesmo em empresas e em dirigentes que estão abandonando  o velho paradigma e se põem a construir uma Arca de Noé salvadora.

Anotamos alguns pontos de mutação que poderão salvaguardar a vitalidade da Terra e garantir  nossa civilização.

O primeiro é a superação da ditadura da razão instrumental analítica, principal responsável pela devastação da natureza, mediante a incorporação da inteligência emocional ou cordial que nos leva a envolvermo-nos com o destino da vida e da Terra, cuidando, amando e buscando o bem-viver.

O segundo é o fortalecimento mundial da economia solidária, da agroecologia, da agricultura orgânica, da bioeconomia e do ecodesenvolvimento, alternativas ao crescimento material via PIB.

O terceiro é o ecosocialismo democrático que propõe uma forma nova de produção com a natureza e não contra ela e uma necessária governança global.

O quarto é o bioregionalismo que se apresenta como alternativa à globalização homogeneizadora, valorizando os bens e serviços de cada região com sua população e cultura.

O quinto é o bem viver dos povos originários andinos que supõe a construção do equilíbrio entre seres humanos e com a natureza à base de uma democracia comunitária e no respeito aos direitos da natureza e da Mãe Terra ou o Indice de Felidadade Bruta do governo do  Butão.

O sexto é a sobriedade condividida ou a simplicidade voluntária que reforçam a soberania alimentar de todos, a justa medida e a autocontenção do desejo obsessivo de consumir.

O sétimo é o visível protagonismo das mulheres e dos povos originários  que apresentam um nova benevolência para com a natureza e formas mais solidárias de produção e de consumo.

O oitavo é a lenta mas crescente acolhida das categorias do cuidado como pré-condição para realizar uma real sustentabilidade. Esta está sendo descolada da categoria desenvolvimento e vista como a lógica da rede da vida que garante as interdependências de todos com todos assegurando a vida na Terra.

O nono é penetração da ética da responsabilidade universal, pois todos somos responsáveis pelo destino comum nosso e o da  Mãe Terra.

O décimo é o resgate da dimensão espiritual, para além das religiões, que consente nos sentir parte do Todo, perceber a Energia universal que tudo penetra e sustenta e nos faz os cuidadores e guardiães da herança sagrada recebida do universo e de Deus.

Todas estas iniciativas são mais que sementes. Já são brotos que mostram a possível florada de uma Terra nova com uma Humanidade que está aprendendo a se responsabilizar, a cuidar e a amar, o que afiança a sustentabilidade deste nosso pequeno Planeta.

Veja L.Boff e M.Hathaway  O Tao da Libertação: explorando a ecologia da transformação (Vozes 2012)

Sobre jardins e borboletas

Sobre jardins e borboletas

Rubem Alves é muito mais do que um escritor…é um entendedor de almas e um inspirador de emoções. Seus textos profundos nos levam do imaginário à ação. Quero me despedir de 2012 com um belíssimo texto de Rubem Alves, que fala de um jardim, porque entendo perfeitamente o que ele quer dizer quando fala desse jardim e 2012 foi o ano em que voltamos para nosso jardim! Voltamos para nossa oficina de sonhos! Que venha 2013, cheio de sonhos para realizar. Cheio de borboletas para contemplar!

Sobre Jardins e Borboletas, de Rubem Alves

“Todo jardim começa com uma história de amor, antes que qualquer árvore seja plantada ou um lago construído é preciso que eles tenham nascido dentro da alma. Quem não planta jardim por dentro, não planta jardins por fora e nem passeia por eles… e não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses…

…Um amigo me disse que o poeta Mallarmé tinha o sonho de escrever um poema de uma palavra só. Ele buscava uma única palavra que contivesse o mundo. T.S. Eliot no seu poema O Rochedo tem um verso que diz que temos “conhecimento de palavras e ignorância da Palavra”. A poesia é uma busca da Palavra essencial, a mais profunda, aquela da qual nasce o universo. Eu acho que Deus, ao criar o universo, pensava numa única palavra: Jardim! Jardim é a imagem de beleza, harmonia, amor, felicidade. Se me fosse dado dizer uma última palavra, uma única palavra, Jardim seria a palavra que eu diria.

Depois de uma longa espera consegui, finalmente, plantar o meu jardim. Tive de esperar muito tempo porque jardins precisam de terra para existir. Mas a terra eu não tinha. De meu, eu só tinha o sonho. Sei que é nos sonhos que os jardins existem, antes de existirem do lado de fora. Um jardim é um sonho que virou realidade, revelação de nossa verdade interior escondida, a alma nua se oferecendo ao deleite dos outros, sem vergonha alguma… Mas os sonhos, sendo coisas belas, são coisas fracas. Sozinhos, eles nada podem fazer: pássaros sem asas… São como as canções, que nada são até que alguém as cante; como as sementes, dentro dos pacotinhos, à espera de alguém que as liberte e as plante na terra. Os sonhos viviam dentro de mim. Eram posse minha. Mas a terra não me pertencia.

O terreno ficava ao lado da minha casa, apertada, sem espaço, entre muros. Era baldio, cheio de lixo, mato, espinhos, garrafas quebradas, latas enferrujadas, lugar onde moravam assustadoras ratazanas que, vez por outra, nos visitavam. Quando o sonho apertava eu encostava a escada no muro e ficava espiando.

Eu não acreditava que meu sonho pudesse ser realizado. E até andei procurando uma outra casa para onde me mudar, pois constava que outros tinham planos diferentes para aquele terreno onde viviam os meus sonhos. E se o sonho dos outros se realizasse, eu ficaria como pássaro engaiolado, espremido entre dois muros, condenado à infelicidade.

Mas um dia o inesperado aconteceu. O terreno ficou meu. O meu sonho fez amor com a terra e o jardim nasceu.

Não chamei paisagista. Paisagistas são especialistas em jardins bonitos. Mas não era isto que eu queria. Queria um jardim que falasse. Pois você não sabe que os jardins falam? Quem diz isto é o Guimarães Rosa: “São muitos e milhões de jardins, e todos os jardins se falam. Os pássaros dos ventos do céu – constantes trazem recados. Você ainda não sabe. Sempre à beira do mais belo. Este é o Jardim da Evanira. Pode haver, no mesmo agora, outro, um grande jardim com meninas. Onde uma Meninazinha, banguelinha, brinca de se fazer Fada… Um dia você terá saudades… Vocês, então, saberão…” É preciso ter saudades para saber. Somente quem tem saudades entende os recados dos jardins. Não chamei um paisagista porque, por competente que fosse, ele não podia ouvir os recados que eu ouvia. As saudades dele não eram as saudades minhas. Até que ele poderia fazer um jardim mais bonito que o meu. Paisagistas são especialistas em estética: tomam as cores e as formas e constróem cenários com as plantas no espaço exterior. A natureza revela então a sua exuberância num desperdício que transborda em variações que não se esgotam nunca, em perfumes que penetram o corpo por canais invisíveis, em ruídos de fontes ou folhas… O jardim é um agrado no corpo. Nele a natureza se revela amante… E como é bom!

Mas não era bem isto que eu queria. Queria o jardim dos meus sonhos, aquele que existia dentro de mim como saudade. O que eu buscava não era a estética dos espaços de fora; era a poética dos espaços de dentro. Eu queria fazer ressuscitar o encanto de jardins passados, de felicidades perdidas, de alegrias já idas. Em busca do tempo perdido… Uma pessoa, comentando este meu jeito de ser, escreveu: “Coitado do Rubem! Ficou melancólico. Dele não mais se pode esperar coisa alguma…” Não entendeu. Pois melancolia é justamente o oposto: ficar chorando as alegrias perdidas, num luto permanente, sem a esperança de que elas possam ser de novo criadas. Aceitar como palavra final o veredicto da realidade, do terreno baldio, do deserto. Saudade é a dor que se sente quando se percebe a distância que existe entre o sonho e a realidade. Mais do que isto: é compreender que a felicidade só voltará quando a realidade for transformada pelo sonho, quando o sonho se transformar em realidade. Entendem agora por que um paisagista seria inútil? Para fazer o meu jardim ele teria que ser capaz de sonhar os meus sonhos…

Sonho com um jardim. Todos sonham com um jardim. Em cada corpo, um Paraíso que espera… Nada me horroriza mais que os filmes de ficção científica onde a vida acontece em meio aos metais, à eletrônica, nas naves espaciais que navegam pelos espaços siderais vazios… E fico a me perguntar sobre a perturbação que levou aqueles homens a abandonar as florestas, as fontes, os campos, as praias, as montanhas… Com certeza um demônio qualquer fez com que se esquecessem dos sonhos fundamentais da humanidade. Com certeza seu mundo interior ficou também metálico, eletrônico, sideral e vazio… E com isto, a esperança do Paraíso se perdeu. Pois, como o disse o místico medieval Angelus Silésius: Se, no teu centro um Paraíso não puderes encontrar, não existe chance alguma de, algum dia, nele entrar.

Este pequeno poema de Cecília Meireles me encanta, é o resumo de uma cosmologia, uma teologia condensada, a revelação do nosso lugar e do nosso destino:

“No mistério do Sem-Fim,
equilibra-se um planeta.
E, no planeta, um jardim,
e, no jardim, um canteiro:
no canteiro, urna violeta,
e, sobre ela, o dia inteiro,
entre o planeta e o Sem-Fim,
a asa de urna borboleta.”

Metáfora: somos a borboleta. Nosso mundo, destino, um jardim. Resumo de uma utopia. Programa para uma política. Pois política é isto: a arte da jardinagem aplicada ao mundo inteiro. Todo político deveria ser jardineiro. Ou, quem sabe, o contrário: todo jardineiro deveria ser político. Pois existe apenas um programa político digno de consideração. E ele pode ser resumido nas palavras de Bachelard: “O universo tem, para além de todas as misérias, um destino de felicidade. O homem deve reencontrar o Paraíso.”

Nós, Guaranis Kaiowás

Nós, Guaranis Kaiowás

Os Guarani Kaiowás precisam de nossa atenção. Por isso sou Guarani Kaiowá, assim como Marina Silva que assina este excelente artigo, publicado no Jornal O Estado de São Paulo, no dia 28 de outubro de 2012.

 

Nas assembleias estudantis e de movimentos sociais, nos anos 1970, 80 e 90, havia um ritual de “chamada” dos nomes dos que não estavam mais vivos e todos respondiam “presente!” como se todos ali fossem aquele que não estava mais. Geralmente tinham sido assassinados, em ação ou em sessões de tortura. A vida que havia se dado pela causa de todos era resgatada na vida de cada um e, coletivamente, com aquele gesto mostrávamos que aquela pessoa continuava a viver em nós.

Lunae Parracho/Reuters
Índios guaranis-kaiowás invadem fazenda que estaria dentro de suas terras em Paranhos (MS)

Nessa semana, com a tecnologia que nos permite o século 21, esse ritual de resgate foi reeditado no Facebook. Centenas de pessoas adicionaram, como sobrenome, o “guarani-kaiowá”. E uma página chamada “Somos guarani-kaiowá” foi criada. Por sorte eles ainda estão vivos, por sorte a mensagem é sobre a continuidade dessa vida em nós que somos brasileiros. É uma afirmação, e não um resgate. Mas a necessidade da afirmação se deu por uma situação trágica. Uma tragédia superlativa porque crônica, já que vem de longe, muito longe no tempo, a luta dos guaranis-kaiowás pelas suas terras, pela sua cultura, pelo respeito a sua visão de mundo.

Estudo recém-lançado pelo Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis do Repórter Brasil indica o ano de 1882 como o início da expulsão dos guaranis-kaiowás de suas terras – quando o governo federal arrendou a região para a companhia Matte Laranjeiras cultivar erva-mate. A partir daí, começaram a ser desalojados, expulsos de suas terras sagradas, tangidos para não lugares como são as faixas de beira de estrada, onde muitos grupos estão, áreas da União onde não se pode ter nenhuma atividade produtiva.

Às crianças nossa “pátria mãe gentil” oferece a chance da desnutrição. Aos adultos alquebrados, dobrados pelo sofrimento, resta o alcoolismo. E aos jovens, na idade do sonho com o futuro, com a vida adulta de realizações, mostra-se o horizonte da escolha entre trabalhar em canaviais, em regime de semiescravidão, ou perambular mendigando nas ruas das cidades próximas. Muitos preferem o suicídio. A maioria dos 550 suicídios no período de 2000 a 2011, como registrado pela Secretaria Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, são de jovens entre 17 e 29 anos. Por fim, a toda a comunidade guarani-kaiowá se oferece o lugar de estorvo no caminho da expansão das culturas de cana e de soja, que valorizam as terras e elevam os ganhos de quem tem estoques de terras para sediar a expansão do negócio.

Só a partir de 1970, quase 90 anos depois, os guaranis-kaiowás começaram a reagir organizada e sistematicamente. E então foram abraçados por um labirinto torturante que nossa cultura reserva aos que buscam as instituições jurídicas para pleitear reconhecimento de seus direitos.

O trecho da carta divulgada na imprensa, na semana que passou, mostra que os guaranis-kaiowás chegaram à exaustão com a hipocrisia e querem que autoridades e fazendeiros contendores assumam que sabem das consequências do que lhes está acontecendo: “Pedimos ao governo e à Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas decretar nossa morte coletiva e enterrar nós todos aqui”.

Ainda é tempo de trilhar o rumo da justiça com esses brasileiros. A justiça não apenas dos tribunais, das sentenças judiciais, dos papéis assinados em gabinetes distantes da realidade em litígio. A justiça do reconhecimento. Do múltiplo reconhecimento nesse paradoxal estranhamento étnico em um país que tem como uma de suas raízes mais profundas a riqueza da diversidade cultural.

É preciso reconhecer que não apenas os guaranis-kaiowás, mas os índios em geral sofrem com um olhar estagnado de colonizador que habita nossas percepções ainda hoje. Em uma manifestação que fiz sobre o filme Xingu, de Cao Hamburguer, disse que nós temos o hábito de eliminar o que não conhecemos e não compreendemos. Seria mais generoso, mais “civilizado”, ser capaz de enxergar e respeitar outras visões de mundo, outras lógicas de pensamento, outras maneiras de viver, outras formas de ser e estar no mundo.

É preciso reconhecer que em nosso país, com os mesmos direitos, vivem 305 povos indígenas que falam 274 línguas, conforme dados do Censo 2010 do IBGE. Não precisamos ser monoglotas, não deveríamos ser etnocêntricos.

É preciso reconhecer que excluir de nossa nacionalidade essas etnias, bem como outros tantos povos tradicionais, é uma mutilação incompatível com a rica contribuição que essa singularidade de nossa nação pode dar à comunidade humana. É fincado em suas raízes que o Brasil pode pleitear, na comunidade das nações, o papel de liderança que lhe cabe no esforço da transição para um modelo de desenvolvimento justo, próspero, democrático e sustentável.

O ideal de Brasil e o nome de brasileiro só serão legítimos se todos, todos mesmo, respondermos à chamada.

Plataforma Ambiental aos Municípios – Prefeitos e Vereadores 2012

Plataforma Ambiental aos Municípios – Prefeitos e Vereadores 2012

A Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi), comprometida com a busca de um desenvolvimento que priorize a qualidade de vida, elaborou uma Plataforma Ambiental contendo diversas propostas de ações para compor os Planos de Governo dos candidatos a Prefeito e Vereadores dos municípios do Alto Vale do Itajaí e outras regiões de Santa Catarina.

O objetivo da Apremavi é que as propostas contidas na Plataforma Ambiental 2012 sejam adotadas nos Planos de Governo dos candidatos e, posteriormente, colocadas em prática nos respectivos mandatos. Ao todo, são 26 itens dentro dos temas: Planejamento e Ordenamento Territorial; Políticas Públicas; Prevenção de Riscos de Enchentes e Deslizamentos; Ampliação de Áreas Verdes; Saneamento Básico; Coleta e Destinação de Lixo; Fiscalização Ativa e Efetiva; Adequação Ambiental de Propriedades Rurais e Educação Ambiental.

Destacamos como de extrema importância, a proposta de criação de Secretarias ou Fundações de Meio Ambiente nos vários municípios, por entender que só será possível atender adequadamente a demanda ambiental existente com estruturas específicas para lidar com o tema. Nas cidades situadas às margens de rios e rodeadas por encostas, onde o planejamento territorial é fundamental para evitar a ocupação de áreas de risco e para ordenar o crescimento de forma segura e sustentável, a necessidade da criação de estruturas responsáveis pela área é ainda mais evidente.

O documento estará disponível no site da Apremavi, na seção “Plataforma Ambiental 2012“, que também trará as notícias sobre os candidatos que assinarem a adesão à Plataforma, comprometendo-se com suas implementação, caso eleitos, bem como dicas para os eleitores pelo voto consciente.

A equipe da Apremavi está motando uma agenda para contatar os candidatos do Alto Vale do Itajaí, para a apresentação e adesão à Plataforma. Os candidatos interessados também poderão procurar a Apremavi através dos seguintes contatos: Fone  (47) 3521-0326 ou email: info@apremavi.org.br, falando com Grasiela ou Maria Luiza.

A Apremavi espera que a Plataforma seja útil para os administradores e pessoas públicas comprometidas com o princípio constitucional (art. 225) e as leis ambientais do país, garantindo um desenvolvimento com qualidade de vida para todos.

O dia 25 de julho ficou marcado com a entrega do documento às duas chapas que estão concorrendo à prefeitura do município de Rio do Sul: Gariba e Jean da coligação “Rio do Sul para todos” e Jorge e Osni da coligação “Para continuar crescendo”. A Apremavi está aguardando um retorno desses candidatos sobre a inclusão da Plataforma em seus planos de governo.

Os próximos candidatos a serem contatados serão os do município de Atalanta.

O legado da Rio+20 vem da sociedade civil

O legado da Rio+20 vem da sociedade civil

Estamos em julho de 2012, data em que a Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida (Apremavi) completa 25 anos. Recém retornamos da Rio+20, onde a Apremavi participou ativamente das atividades na Cúpula dos Povos, estamos vivendo uma época de ambiguidades, por um lado, assistimos os maiores retrocessos ambientais dos últimos tempos, liderados pelo governo federal, por outro, vemos uma sociedade que clama por atitudes mais sustentáveis, embora ainda não assuma de fato seu papel na mudança necessária.

O documento oficial da Rio+20, evento que aconteceu no Rio de Janeiro em junho de 2012 para discutir o futuro da humanidade, retrata um pouco o momento atual, mostrando um cenário nada animador, afinal nada de concreto ficou definido. Tudo foi adiado para ser tratado pela Assembleia Geral das Nações Unidas e negociações futuras. Quem tiver a disposição de ler o longo e repetitivo texto com 283 parágrafos e 49 páginas, vai encontrar reafirmações de conceitos importantes e a descrição genérica dos novos passos que precisam ser dados no futuro próximo, mas não encontrará nenhuma decisão efetiva que tenha sido adotada e que poderia ser o legado da Rio+20.

No documento “A Rio+20 que não queremos”, as ONGs manifestaram aos chefes de Estado sua profunda decepção com o rumo das negociações e não subscreveram o documento final. Um dos trechos do manifesto das ONGs, que tem a Apremavi como signatária, diz: “O futuro que queremos não passa pelo documento que carrega este nome, resultante do processo de negociação da Rio+20. O futuro que queremos tem compromisso e ação – e não só promessas. Tem a urgência necessária para reverter as crises social, ambiental e econômica e não postergação. Tem cooperação e sintonia com a sociedade e seus anseios – e não apenas as cômodas posições de governos. Nada disso se encontra nos 283 parágrafos do documento oficial que deverá ser o legado desta conferência. O documento intitulado O Futuro que Queremos é fraco e está muito aquém do espírito e dos avanços conquistados nestes últimos 20 anos, desde a Rio-92. Está muito aquém, ainda, da importância e da urgência dos temas abordados, pois simplesmente lançar uma frágil e genérica agenda de futuras negociações não assegura resultados concretos”.

De fato o grande legado da Rio+20 vem da sociedade civil, que participou ativamente das mobilizações em prol de um futuro mais sustentável para nosso planeta. Para Edegold Schaffer, presidente da Apremavi, o evento oficial de fato não apresentou nenhuma novidade, mas a avaliação sobre a participação da Apremavi é bastante positiva: “Acho que a Rio + 20 serviu para consolidar o papel de liderança que a Apremavi exerce dentro do movimento ambientalista. Recebemos um grande destaque por parte da imprensa local e nosso estande foi visitado por pessoas de diversos estados, relatando que já conhecem e admiram o nosso trabalho. Outro fato marcante foram as manifestações públicas que aconteceram no centro da cidade do Rio de Janeiro, principalmente pelo grande número de pessoas que se juntaram às marchas, todas clamando por políticas ambientais mais sustentáveis”.

As atividades da Apremavi se concentraram no Aterro do Flamengo onde foi realizada a Cúpula dos Povos. Centenas de milhares de pessoas circularam no Aterro do Flamengo, representando cerca de 200 países, entre jovens e adultos das mais diversas culturas e etnias. A Apremavi esteve na Rio+20 com cinco representantes, participando de vários debates, mesas redondas e de manifestações públicas que aconteceram nas ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro. Merecem destaque o Seminário para Avaliação da Agenda Socioambiental da Rio-92 à Rio+20, oAto em Defesa das Florestas e as marchas “à Ré” e “dos Povos” que tiveram como objetivo chamar a atenção para os retrocessos ambientais que estão sendo promovidos pela atual gestão do governo federal, em especial as mudanças no Código Florestal.

No estande foram divulgadas, entre outras, as atividades do Viveiro de Mudas Nativas “Jardim das Florestas” e distribuídos materiais de Educação Ambiental. Milhares de pessoas passaram pelo estande, gerando inúmeros contatos para novos intercâmbios e trabalhos conjuntos. A Apremavi participou também do seminário “Forests: the Heart of a Green Economy”, onde foi feito o lançamento da publicação “Silvicultura e Biodiversidade”, do Diálogo Florestal e do seminário “Conflitos e Desafios Socioambientais na Mata Atlântica”, evento que também comemorou os 20 anos da Rede de ONGs da Mata Atlântica, da qual a Apremavi é fundadora. Com o fracasso da conferência oficial, a sociedade civil espera que a Rio+20 seja no mínimo um marco na mobilização por um mundo melhor.

Grasiela Hoffmann, secretária executiva da Apremavi, ficou contagiada com a energia e força da população nas mobilizações, ela destaca: “Para mim, participar da Rio + 20 foi uma experiência maravilhosa. Poder presenciar de perto a força que um povo unido tem. O que mais impactou foi a manifestação com mais de 80 mil pessoas. É incrível ver a quantidade de pessoas lutando pela mesmo objetivo em busca de melhorias de qualidade de vida para todas as pessoas. Também acho que para a Apremavi foi um momento histórico onde a entidade teve a oportunidade ímpar de mostrar o seu trabalho”.

Já para a Coordenadora de Projetos da Apremavi, Edilaine Dick, participar da Cúpula dos Povos foi um processo enriquecedor, pessoal e profissionalmente: “Se existem diferenças de ideais entre os povos, essas se amenizam quando todos caminham juntos em busca de um mundo melhor, como na Marcha Ré e na Marcha em Defesa dos Bens Comuns, aonde recarregamos nossas energias para superar os desafios que vem pela frente”.

Para quem, como eu, participou da Rio-92, participar da Rio+20 significou um misto de emoções. Por um lado, a alegria de novamente poder compartilhar ideais e reafirmar compromissos por um desenvolvimento de fato sustentável, com milhares de pessoas que estavam no Rio de Janeiro com o mesmo objetivo, por outro, a tristeza e decepção de ter que participar deste importante evento para denunciar os grandes retrocessos ambientais que estamos vivendo. Resta a esperança de que a mobilização da sociedade, em especial dos jovens, que está cada vez mais forte, seja capaz de virar este jogo.

Falar de Flor

Falar de Flor

Artigo de Marina Silva, publicado na Folha de São Paulo em 29 de junho de 2012.

 

“Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu.”

Após o paralisante “nada a declarar” de líderes mundiais na Rio+20, é preciso muita poesia para manter a persistência que -como diz o apóstolo- produz a esperança. E então a acidez singela da poesia de Drummond veio em socorro de minha fome poética. O genial poeta itabirano celebra o nascimento de uma flor na fresta do asfalto, superando a indiferença humana e o pesado invólucro da civilização.

Assim me sinto ao lembrar os intensos dias em que organizações civis e milhares de pessoas manifestaram, no Rio, sua indignada exigência de atenção perante os dirigentes de Estado reunidos na conferência da ONU. Gente de todos os continentes, de jovens ativistas de grandes cidades a líderes de pequenas comunidades indígenas, dando demonstrações criativas, como a “Marcha a Ré” que parou o Rio, de que o mundo quer viver.

Infelizmente, a conferência oficial não ouviu isso. E o poema de Drummond me revela sua dimensão profética, que, feitas as contas, pode ser válida até a Rio+40 se predominar a desdita ambiental das necessidades presentes: “Depois de quarenta anos,/e nenhum problema resolvido, sequer colocado./Nenhuma carta escrita nem recebida./Todos os homens voltam pra casa”.

Mas o desafio dos que voltam para casa, décadas após décadas de “Rio+” que se somam sem subtrair os problemas, é extrair a “esperança mínima” de que fala o poeta, para não cair no vazio da queixa que paralisa até os jovens, cuja natureza é andar:

Andar à frente,
andar ao lado,
de marcha a ré e atravessado,
enveredando pelo futuro,
no chão dos rastros deixados“.

Desde a retomada da democracia vemos o florescimento de movimentos sociais antes abafados pelo autoritarismo, com um ideário amplo que antecipava o novo milênio. Essa é a flor que agora irrompe no asfalto. Sua delicadeza denuncia as rachaduras do sistema que já não consegue impedi-la de brotar.

Chegou a hora de a sociedade tomar iniciativas próprias, buscar autonomia e independência. Sem recusar nem desconhecer a política e o Estado, ir além deles e fazer mudanças na vida com a noção ampla de um novo contrato natural -pois inclui os demais seres vivos e ecossistemas-, não só um contrato social. Conseguiremos? Estamos maduros para o que o tempo nos exige?

Aqui se revela a necessidade da utopia, que ultrapassa as ilusões limitantes do pragmatismo e reafirma a força da esperança, sem a qual não há futuro. No fim das contas -Drummond sabia-, é a poesia que faz brotar a flor.

A sociedade clama por um mundo melhor

A sociedade clama por um mundo melhor

Enquanto os resultados na conferência oficial tem se mostrado bastante pessimistas, com a geração de um documento fraco e sem ambição, na Cúpula dos Povos a movimentação das ONGs está intensa na esperança de mobilizar a sociedade e os governos para a implantação de ações que possam dar um rumo diferente ao planeta. Centenas de milhares de pessoas já circularam no Aterro do Flamengo, representando mais de 200 países, entre jovens e adultos das mais diversas culturas e etnias.

A Apremavi está na Rio+20 com 5 representantes, participando de vários debates, mesas redondas e de manifestações públicas que acontecem nas ruas do centro da cidade do Rio de Janeiro. Algumas das atividades já foram noticiadas aqui como o seminário com a avaliação da agenda socioambiental da Rio-92 à Rio+20 e o Ato em defesa das florestas. Além dessas, no dia 18 participamos da “Marcha à Ré”, que foi uma mobilização para chamar atenção para os retrocessos na agenda socioambiental que estão sendo promovidos pela atual gestão do governo federal e no dia 20 participamos da “Marcha dos Povos” onde os ambientalistas chamaram a atenção para a situação das mudanças no Código Florestal.

No estande estão sendo divulgadas, entre outras, as atividades do Viveiro de Mudas Nativas “Jardim das Florestas” e distribuídos materiais de Educação Ambiental. A movimentação no estande tem sido muito intensa, milhares de pessoas já passaram pelo estande, gerando inúmeros contatos para novos intercâmbios e trabalhos conjuntos.

Dentre os eventos, ainda podemos destacar a participação da Apremavi no seminário “Forests: the Heart of a Green Economy”, realizado no dia 18 de junho, durante o qual foi feito o lançamento da publicação “Silvicultura e Biodiversidade”, quarto volume da série Cadernos do Diálogo, do Diálogo Florestal e o seminário “Conflitos e Desafios Socioambientais na Mata Atlântica” que ocorreu no dia 20 de junho, evento que também comemorou os 20 anos da Rede de ONGs da Mata Atlântica. Num ato simbólico também foi feito o pré-lançamento do vídeo Matas Legais, do programa de mesmo nome que a Apremavi tem com a Klabin. O lançamento oficial do vídeo deve acontecer em breve no Paraná e em Santa Catarina.

A conferência oficial encerra dia 22, mas as atividades da Cúpula dos Povos irão até o dia 23. O encontro quer que os temas discutidos na Rio+20 não fiquem só no papel, mas se transformem em práticas sociais.

A Carta Roubada

A Carta Roubada

Artigo de Marina Silva publicado na FSP (Folha Opinião) em 01 de junho de 2012.

 

O Brasil não tem mais um Código Florestal, mas uma confusão jurídica. Um amontoado de remendos cuja função é semelhante à de uma pinguela, uma ponte improvisada no tronco de uma árvore abatida, para atravessar o período da Rio+20. Depois, o empenho em destruir a legislação ambiental certamente prosseguirá.

A versão: apesar de já ter o texto do novo Código “Florestal”, o governo só o mostrou três dias depois da pomposa entrevista ministerial. Todos, inclusive jornalistas, às cegas, com acesso só à versão, feita em PowerPoint, de que a presidente Dilma chancelou (em alguns aspectos até piorou) o texto, ao arrepio da palavra empenhada, em “respeito ao Congresso e à democracia”.

Só que os fatos, mesmo quando distorcidos, estarão sempre, como na carta roubada de Edgar Allan Poe, bem ali, no lugar onde se imaginava tê-los escondido.

Quatro dias depois, não no porta-cartas, mas no “Diário Oficial”, estavam as inúmeras maldades da caixa de Pandora, sempre indiferente ao futuro, na velha porção ruralista: anistia aos desmatadores e incentivo a novos desmatamentos. Exigências abaixo do mínimo aceitável cientificamente de proteção aos topos de morros, encostas, veredas, apicuns, margens de rios, manguezais etc.

Está sendo abolida, na prática, a função social da propriedade e o direito dos brasileiros a um ambiente saudável. Os donos da terra são agora donos do ar, das águas, da fauna e da flora, para delas dispor como bem entender a lei do mais forte, que fizeram prevalecer.

Em troca, devem apenas evitar comemorações públicas, fingir contrariedade aceitando os vetos parciais e criticar os “radicais” ambientalistas, que não querem sorrir para a foto. Estes apenas alertam para a verdade simples: nem tudo pode ser objeto de negociação política. Se uma nascente, para não secar, precisa de certa quantidade de vegetação ao seu redor, como podem parlamentares decidir que não?

O Brasil será, enquanto não recuperar o bom-senso nessa área, uma terra sem lei. A violência recrudesce e não se passa uma semana sem um assassinato no campo ou na floresta. A discussão do código concentrou-se em anistiar ou não quem desmatou, se até 2008 ou antes, se deveriam ou não reflorestar, se toda a área ou só uma parte etc. Resumindo, em que medida legalizar os crimes ambientais. E o pior, o acordo político decidiu que a ilegalidade ambiental compensa.

Vamos agora à Rio+20 com o governo exibindo ao mundo os bons frutos da queda do desmatamento, obtidos com a lei que está sendo abolida.

Mas há uma falha, no mundo como no Brasil, nesse sistema: a natureza não o obedece. E a sua versão será o futuro real, a palavra final, a lei que “pega” e que pune.

Áreas de plantação permanente

Áreas de plantação permanente

Com o “novo” Código Florestal as Áreas de Preservação Permanente viraram áreas de plantação permanente. Marcio Santilli explica.

 

O Código Florestal que vigorou até a última sexta-feira contemplava a figura das APPs – Áreas de Preservação Permanente. Ela se prestava à proteção das áreas mais sensíveis do ponto de vista florestal: nascentes, beiras de rios, áreas úmidas, inundáveis, ou com alta declividade e sujeitas a desabamentos, topos de morro, manguezais.

A lei promulgada para substitui-lo, já remendada por uma Medida Provisória, segue falando em APP, mas não como área destinada à proteção da biodiversidade, das águas, do solo ou à recuperação florestal. Dela poderão ser feitos vários usos, mesmo que sabidamente incompatíveis com a sua conservação. De “preservação permanente” só restou o nome, como exercício de dissimulação.

O Código revogado atribuía a todos responsabilidades similares e proporcionais: faixa mínima de 30 metros de floresta nas margens de rios, percentual mínimo de 20% de reserva legal para todos, de modo que quem tem muita terra teria mais área a proteger. A nova lei cria várias diferenças entre os que deveriam ser iguais: quem cumpriu a lei anterior e manteve a cobertura florestal das áreas previstas terá que mantê-la sob a nova lei. Mas só excepcionalmente terão que ser reflorestadas as áreas de mesmo tipo anteriormente desmatadas, mesmo que de forma flagrantemente ilegal.

Além disso, haverá propriedades, até quatro módulos fiscais, isentas de recuperar reservas legais. Todas passarão a computar as áreas de “preservação permanente” no percentual de reserva legal, de modo que só excepcionalmente ocorrerá recuperação efetiva de reservas legais. O cômputo e a aferição de diferenciadas responsabilidades florestais tornará quase impossível o controle pelos órgãos ambientais do efetivo cumprimento da lei.

Ao apor seus vetos à lei votada pelo Congresso, inclusive ao dispositivo que fragilizava a proteção das APPs, a presidente repôs, por meio da referida medida provisória, a discussão sobre a extensão mínima das matas ripárias a ser recuperada, também estabelecendo tratamentos diferenciados: 30 metros para propriedades maiores e de 15 a 5 metros para as menores, podendo chegar a nada se houver mais de 10% da extensão da propriedade já protegida a outro título.

Mas a grande surpresa da nova MP é que, agora, fica liberada a plantação de espécies exóticas para a recuperação de APPs em propriedades de até quatro módulos. Aplicadas todas as liberalidades da nova lei, se restar algo a recuperar, basta plantar eucaliptos ou pinus. Uma área de exploração permanente.

Assim, a discussão sobre extensão de APP que prosseguirá no Congresso, em vista da edição da MP, será retomada em outro patamar: qual a extensão da plantação de eucalipto que cada um terá que fazer sobre suas nascentes e margens de rios para ficar de acordo com a lei?

Todos já sabíamos que a sensibilidade da presidente Dilma para com as questões socioambientais estava abaixo da média nacional. Se é isto que ela introduz, de moto próprio, em uma lei já detonada pelo Congresso sob protestos da população, às vésperas de uma Rio+20, o que esperar do resto do seu governo?

Eletroveto

Eletroveto

Análise de Marcio Santilli, publicada originalmente no site do ISA.

 

Além de ceder aos ruralistas… é sempre bom lembrar o setor de origem da presidente…isso deve explicar o “eletroveto”.

O processo de revisão do Código Florestal tem sido muito revelador do caráter predatório intrínseco à elite política do país. Pena que o preço foi a destruição de uma lei florestal razoável, com a promulgação de outra, na última sexta-feira, que reduz e limita o espaço florestal nas partes mais desmatadas do território nacional.

Com 12 vetos, na sua maior parte de caráter secundário, a presidente Dilma promulgou a lei de anistia florestal votada pelo Congresso à revelia da grande maioria da população brasileira. Editou, também, uma medida provisória, repondo nas mãos do Congresso a decisão sobre a extensão mínima das matas ripárias e outras áreas de preservação permanente que, supostamente, ainda terão que ser repostas.

O que aqui se pretende enfocar é apenas um desses vetos, incidente sobre o artigo 43 da lei aprovada pelo Congresso, que estabeleceria a obrigatoriedade das empresas concessionárias do setor energético investirem 1% da sua receita líquida na proteção das florestas situadas nas bacias hidrográficas em que se situam os seus empreendimentos, especialmente para a recuperação de matas ciliares.

Tratava-se de um dos poucos artigos “do bem” constantes da proposta do Congresso e o único que estabelecia uma fonte concreta de recursos para a recuperação florestal. Destaque-se que não se tratava de nenhuma caridade do setor elétrico para com as florestas, mas uma providência óbvia para a saúde hídrica das próprias bacias por ele exploradas, ampliando a vida útil dos reservatórios, reduzindo os prejuízos indiretos causados pela erosão, inclusive quanto à perda futura de fertilidade das terras.

A justificativa do veto presidencial afirma que obrigar as concessionárias a investir 1% na saúde ambiental das regiões que exploram seria uma violação do “interesse social”, pois obrigaria as empresas a aumentarem a tarifa da energia cobrada dos consumidores. Não passou pela cabeça da presidente que este investimento estaria cobrindo parte dos danos ambientais que os próprios empreendimentos do setor geram para o conjunto da sociedade. Ou que, assim como os proprietários pequenos e grandes, e a sociedade como um todo, tem parte da responsabilidade pela proteção as florestas, as grandes hidrelétricas, que também se valem do espaço florestal para a sua atuação, também deveriam tê-la.

Esse veto específico é um bom indicador do grau de prioridade que a nossa presidente atribui à proteção das florestas e, também, da natureza dos interesses que ela se propõe a representar como presidente.

Vale lembrar que o deputado Paulo Piau, último relator detonador do Código Florestal na Câmara dos Deputados, sobre cujo deplorável trabalho a presidente apôs os seus vetos, foi autor de uma lei estadual que instituiu incentivo similar à proteção das florestas em Minas Gerais, cuja constitucionalidade foi reconhecida pelos tribunais quando questionada pelas concessionárias locais. No caso, foi cunhado pela direita pelo veto presidencial.