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As manifestações em defesa do Código Florestal realizadas ao longo dos últimos dois anos foram um dos prenúncios de que a sociedade estava indo para um lado e os políticos para outro. Pesquisas apontaram que 85% da população era contra mudanças no código e contra o desmatamento e 85% dos parlamentares ignoraram isso e mudaram o código e permitiram o aumento do desmatamento.

Essas manifestações, embora não tão numerosas quanto as de agora, mostravam que a sociedade estava em busca de um mundo sustentável, de qualidade de vida, de mais democracia, de mobilidade urbana, de transportes públicos eficientes e movidos a energia limpa, de conservação das florestas, de oportunidades de lazer, de melhorias na saúde, na educação…

Enquanto isso os políticos fazendo conchavos e negociatas: CPI do Cachoeira/Demóstenes sendo engavetada, mensalão, Renan na presidência do Senado, Blairo Maggi na presidência da comissão de Meio Ambiente do Senado, Marco Feliciano na presidência da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara, Dilma de mãos dadas com Katia Abreu e a CNA, ruralistas com a ajuda de Dilma destruindo o Código Florestal, Direitos Indígenas sendo usurpados, Unidades de Conservação sendo reduzidas por Medida Provisória, processos de criação (mais de 40) de novas unidades de conservação parados na mesa da Dilma, subsídios para indústria automobilística, estádios da Copa custando mais que o dobro do inicialmente anunciado, estradas congestionadas, nenhum investimento em energia solar e eólica, as vozes críticas dos movimentos sociais e dos cientistas sendo ridicularizadas e amordaçadas e até criminalizadas, afastamento total dos governos em todos os níveis dos movimentos sociais e suas legítimas reivindicações…etc. etc. etc.

Estava claro que uma hora a sociedade iria acordar.

A questão vai muito além de 0,20 centavos… queremos os temas do século 21 na pauta, com soluções sendo buscadas e efetivamente implementadas.

Mesmo assim os 0,20 centavos estão relacionados com uma das principais questões do século 21 que é a mobilidade urbana pois é inaceitável do ponto de vista de respeito ao ser humano que as pessoas tenham que ficar durante horas presas diariamente em intermináveis congestionamentos que implicam em outra irracionalidade que é a queima de combustíveis fósseis que vão agravar o efeito estufa e acelerar o processo de mudanças climáticas em curso.

Mobilidade Urbana implica em novos modelos de transporte com novas e limpas energias (solar, eólica, etc.), implica em construir ciclovias, redes de metrô e de ferrovias, etc. E tudo isso deve ser feito de tal forma que reduza a poluição e as emissões de carbono e assim comecemos a minimizar o problema das mudanças climáticas cujo principal vilão é a queima dos combustíveis fósseis.

Ou seja, para bons entendedores, 0,20 centavos podem estar no final, ou se preferirem, no início da busca por soluções efetivas, duradouras e sustentáveis… só assim a juventude que está protestando terá direito a um futuro.

 

Autor: Wigold Bertoldo Schaffer.