As manifestações em defesa do Código Florestal realizadas ao longo dos últimos dois anos foram um dos prenúncios de que a sociedade estava indo para um lado e os políticos para outro. Pesquisas apontaram que 85% da população era contra mudanças no código e contra o desmatamento e 85% dos parlamentares ignoraram isso e mudaram o código e permitiram o aumento do desmatamento.
Essas manifestações, embora não tão numerosas quanto as de agora, mostravam que a sociedade estava em busca de um mundo sustentável, de qualidade de vida, de mais democracia, de mobilidade urbana, de transportes públicos eficientes e movidos a energia limpa, de conservação das florestas, de oportunidades de lazer, de melhorias na saúde, na educação…
Enquanto isso os políticos fazendo conchavos e negociatas: CPI do Cachoeira/
Estava claro que uma hora a sociedade iria acordar.
A questão vai muito além de 0,20 centavos… queremos os temas do século 21 na pauta, com soluções sendo buscadas e efetivamente implementadas.
Mesmo assim os 0,20 centavos estão relacionados com uma das principais questões do século 21 que é a mobilidade urbana pois é inaceitável do ponto de vista de respeito ao ser humano que as pessoas tenham que ficar durante horas presas diariamente em intermináveis congestionamentos que implicam em outra irracionalidade que é a queima de combustíveis fósseis que vão agravar o efeito estufa e acelerar o processo de mudanças climáticas em curso.
Mobilidade Urbana implica em novos modelos de transporte com novas e limpas energias (solar, eólica, etc.), implica em construir ciclovias, redes de metrô e de ferrovias, etc. E tudo isso deve ser feito de tal forma que reduza a poluição e as emissões de carbono e assim comecemos a minimizar o problema das mudanças climáticas cujo principal vilão é a queima dos combustíveis fósseis.
Ou seja, para bons entendedores, 0,20 centavos podem estar no final, ou se preferirem, no início da busca por soluções efetivas, duradouras e sustentáveis… só assim a juventude que está protestando terá direito a um futuro.
Autor: Wigold Bertoldo Schaffer.