O debate sobre a necessidade da implantação de ferrovias em Santa Catarina já existe há muito tempo, mas até agora nada foi concretizado. Na foto, Maria fumaça usada para passeios turísticos na cidade de Ibirama, outubro, 2010.

A recente greve dos caminhoneiros, cujo impacto na economia do país foi brutal, mostrou que há algo de errado com um modal de carga focado apenas em transporte rodoviário. Em Santa Catarina, caminhões ainda competem com moradores e visitantes pelas estradas litorâneas, principalmente durante o veraneio, desestimulando turistas de outros estados a visitarem as praias do estado.

Para Miriam Prochnow, candidata ao senado pela Rede, a construção das ferrovias Litorânea de Santa Catarina e Corredor Ferroviário Oeste-Leste (que deve ligar o interior a Itajaí) são projetos que precisam ser viabilizados. “Além de trazer desenvolvimento econômico e social para o estado, as ferrovias colaboram para a redução de poluentes e acidentes de trânsito, e a diminuição do custo do transporte de carga”, acredita.

Mas, embora estejam sendo discutidos há mais de uma década, entraves entre órgãos públicos fazem com que não haja prazo para nenhum dos dois projetos sair do papel. “É papel do legislativo federal defender projetos de interesse público, priorizando recursos para ações que tragam benefícios para o conjunto da população. A diversificação do nosso sistema de transporte, com integração entre modais (rodoviário, ferroviário, marítimo), a partir de estudos que contemplem questões sociais, econômicas e ambientais, é fundamental para garantir a Santa Catarina um desenvolvimento de longo prazo, nas diversas regiões e interesses estaduais. E é importante também pensar em investir nas ferrovias como forma de transporte de pessoas e não apenas de cargas”, defende Miriam.

História

Santa Catarina é um estado pouco privilegiado quando se fala em ferrovias. Entre 1871 e 1912, o governo brasileiro autorizou mais de 10 projetos de ferrovias no estado, mas apenas a ferrovia Dona Maria Cristina saiu do papel. Inaugurada em 1884, tem 164 quilômetros que ligam as cidades da região Sul ao Porto de Imbituba, por onde passam 10 locomotivas diariamente.

Outra ferrovia que atravessa o estado é a Estrada de Ferro São Paulo-Rio Grande, inaugurada em 1910 e atualizada entre os anos 1930 e 1960, atualmente operada por uma empresa privada. Em Santa Catarina, só tem acesso ao Porto de São Francisco do Sul, no Norte. Em Lages, na Serra catarinense, passam quatro trens por dia, que transportam produtos industrializados.

Para se ter uma ideia dos benefícios que novas ferrovias poderiam trazer, hoje 80% da carga no estado viaja pelo asfalto em caminhões e carretas. Apenas 7% vão pelos trilhos. 

A execução do projeto do Corredor Ferroviário Oeste-Leste é da estatal Valec, que estima o projeto em cerca de R$ 50 milhões, cuja maior parte dependerá de recursos do governo federal. A Federação da Indústria do Estado de Santa Catarina (Fiesc) acredita que, com a ferrovia, os gastos com frete sejam reduzidos em até 30%.

Fontes: https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/ferrovias-de-sc-feitas-ha-mais-de-100-anos-ajudam-a-diminuir-n-de-veiculos-nas-estradas.ghtml

https://g1.globo.com/sc/santa-catarina/noticia/obras-da-ferrovia-entre-oeste-e-litoral-de-sc-devem-comecar-em-dois-anos.ghtml